Em todo início de curso de comunicação e oratória é
assim: Eu vim aqui para aprender a falar
em público. Eu preciso conseguir falar melhor quando estou na frente das
pessoas. Pois é...
Na verdade nossa busca não deveria ser motivada pelo
Falar e sim pelo Comunicar. Afinal, falar a grande maioria de nós fala desde os
dois anos de idade e nem por isso conseguimos ser assertivos em nossas
mensagens. Quanto engano acreditar que Comunicação tem apenas a ver com um dos
seus aspectos: a palavra.
Para compreendermos um pouco mais sobre o tema,
precisamos primeiramente aceitar a ideia que o ser humano já existe nesse
planeta há aproximadamente 200 mil anos, essa espécie conhecida como Homo sapiens sapiens (quer dizer, que sabe
que sabe, porém as vezes parece que não sabe muito!) e que a palavra surgiu bem
recentemente na história. Nosso cérebro foi programado muito melhor para
perceber gestos, tons, timbres vocais, expressões faciais do que símbolos aleatórios
e fonemas. A comunicação humana é uma experiência incrível que pode ser dar em
um nível verbal e em um nível não-verbal, inconsciente, instintivo, profundo.
Palavras passam apenas uma parte da mensagem. Outra parte vai muitas vezes sem
perceber: o tom de voz, a inflexão, o ritmo, o sorriso, o olhar, os gestos,
etc. Nossa comunicação pode ser dar em um nível racional: palavra-palavra; ou
em um nível emocional: alma-alma.
Em nosso mundo empresarial moderno, tem-se
valorizado muito a extroversão como aspecto principal da personalidade,
inclusive promovido os mais extrovertidos. Comunicação não tem a ver com
extroversão, apesar dos extrovertidos possuírem maior facilidade para
desenvolver as técnicas por se permitirem mais a vivenciar o novo e a se arriscarem
mais. Porém a Psicologia já sabe hoje que os introvertidos são tão ou mais
importantes na organização e sociedade, afinal eles concluem mais, são mais
objetivos e focados.
O que precisamos desenvolver são os aspectos
comportamentais e técnicos da comunicação que nos permitirão transmitir nossas
ideias com segurança e assertividade. Os extrovertidos com seus pontos fortes e
simpatia e os introvertidos com sua objetividade e foco. Para isso precisamos
olhar para a própria palavra COMUNICAÇÃO, com outros olhos.
Se aprofundarmos o olhar sobre a própria palavra,
encontraremos outras palavras escondidas dentro dela: Com, Comun, Única, Ação. Palavras chave que nos ajudam a encontra
saída para o grande desafio que é a Comunicação Humana, já que o psicanalista
francês Jacques Lacan dizia que é impossível a comunicação entre os seres
humanos. Comunicação exige do Emissor, isto é, aquele que é responsável pela
mensagem, uma capacidade de transmitir sua ideia através das Ações de suas
palavras, voz e expressões corporais, afim de tornar comum para o público ou
interlocutor, que dará àquela mensagem um sentido único, dado sua subjetividade
única.
É claro que quando a Comunicação se dá entre duas
pessoas em uma conversa informal sem grande expectativas por parte do receptor,
não exige do emissor grande capacidade técnica ou comportamental. O desafio
aparece quando somos exigidos pela vida, pessoal ou profissional, a apresentar
nossas ideias para um público, que tem expectativas sobre nós. Ou você se comunica ou se trumbica,
diria o velho chacrinha dos anos 1980.
Especialmente na organização pós-moderna, que vive
imersa em um mundo cada dia mais tecnológico e mobilizado pela imagem, o
profissional que busca se diferenciar nesse mercado, seja gestor, líder, ou
profissional de qualquer área que pretende crescer na carreira, necessita
desenvolver continuamente essa competência.
Comunicação Assertiva e de resultados vai exigir
então do profissional o desenvolvimento de competências técnicas: voz, dicção,
ritmo, entonação, respiração, expressões faciais, postura, gestual, aparência,
tecnologias e recursos audiovisuais, técnicas de grupos, públicos, perfis de
personalidades, etc. e também competências comportamentais: segurança,
autoconfiança, autoestima, controle emocional, autoimagem, necessidade de
reconhecimento, etc.
A partir de conhecimentos da Psicanálise, Psicologia
Positiva, Programação Neuro Linguística (PNL), Psicodrama e Técnicas de
Coaching, já há algum tempo desenvolvemos pesquisas e trabalhos sobre o tema, e
estruturamos diversas possibilidades para desenvolver suas equipes. Um caminho
fascinante a se percorrer para aqueles que estão abertos a se aprofundarem
nesse vasto universo que é a Comunicação.
Moacir César de Borba Júnior
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